TEMA: Os efeitos de uma sociedade de padrões estéticos.

É perceptível que ao longo do processo evolutivo do Brasil, mediante os fatores históricos e socioeconômicos, a questão da estética se expande e alcança novas vertentes no cotidiano. Se na Mitologia Grega e no Egito Antigo a estética era vista como símbolo de poder, hoje, ela é distorcida pelos padrões de beleza em pleno século XXI, os quais acreditam na ideia do “corpo perfeito”. Dessa maneira, o problema do culto à forma se potencializa e surge consigo uma escravidão pela vaidade, o que acaba por comprometer a saúde do indivíduo.

Nesse viés, é possível evidenciar que as pessoas comprometem o seu bem estar em nome da vaidade exacerbada. Atrelado a isso, nota-se que a mídia é um dos maiores veículos propagadores de submissão à estética, e exemplos como a Barbie e o Ken, além de comprovarem isto, mostram a questão da imagética do corpo ideal. Inclusive, vale salientar que quem não se enquadra aos padrões de beleza, sofre exclusão social, o que promove o preconceito e limita a população apenas a uma visão sobre a boa forma. Prova disso é que no Período Paleolítico a forma era utilizada como meio de expressão e comunicação, já na atualidade, pela influência midiática, ela é responsável por um grande desequilíbrio no dia a dia.

Outrossim, é importante salientar que além da ditadura da vaidade, a questão do declínio da saúde torna-se frequente por conta disso. A prática de cirurgias plásticas e o uso exagerado de remédios proibidos, sem prescrição médica, de um modo geral, prejudica a saúde gravemente. Dito isso, vale frisar que os procedimentos estéticos na maioria das vezes são realizados em clínicas clandestinas, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas. Desse modo, os indivíduos de hoje tornam-se os novos “Mrs Potato Head” da sociedade, pois a maioria deles estão abertos a modificações em suas formas, assim como o brinquedo. Diante disso, é válido destacar que essas ações são coadjuvantes para a potencialização da problemática, devido a alienação em olhar por apenas um ponto de vista a diversidade de formas, visuais e o tudo o que foge dos padrões de beleza impostos socialmente.

Entende-se, portanto, que a busca pela beleza vem da natureza humana, mas não há necessidade para exageros. Assim, é preciso que o poder público, através de incentivos fiscais, estimule a mídia a reduzir o uso do corpo como estereotipo a ideia de “corpo perfeito”, bem como conscientizar a população através de campanhas publicitárias, para que a sociedade não se aliene pela ditadura da beleza. E, só assim, as amarras sociais do culto à forma serão quebradas, e as pessoas não se afogarão na própria beleza como Narciso, na Mitologia Grega.