TEMA: Os desafios da mobilidade urbana no Brasil

Conforme o ufanismo do personagem Policarpo Quaresma na obra de Lima Barreto, é possível comparar que, atualmente, no cotidiano, é quase improvável adquirir esta visão pelo Estado brasileiro na condição em que ele se encontra. A questão da mobilidade urbana, por exemplo, é um problema que a cada dia aumenta em uma sociedade extremamente consumista, a qual sofre nas mãos do capitalismo exacerbado. Dessa forma, surge a superlotação nos meios urbanos, assim como a dificuldade de locomoção dos pedestres no âmbito social.

Nesse contexto, evidencia-se que a sobrecarga de veículos no trânsito afeta a sociedade coletivamente. Paralelo a isso, pode-se analisar o desejo do indivíduo por um automóvel particular. Entretanto, a má qualidade dos transportes públicos pelo Governo e pela própria população em não valorizarem o transporte coletivo, instigam finalmente as pessoas a comprarem os veículos particulares, superlotando o trânsito e aumentando a poluição no meio ambiente. Dito isso, nota-se que na Colonização, a destruição  da população indígena e da flora se deu por conta dos portugueses. Hoje, é o caos da superlotação que retoma esse papel de extermínio na população atual. Prova disso é que segundo a OMS, o Brasil é o quarto país com mais números de acidentes de trânsito no mundo.

Outrossim, compreende-se que muitas vezes os pedestres têm os seus direitos tolhidos no trânsito brasileiro. Semelhante a isso, observa-se que a falta de sinalização e de infraestrutura voltada à eles, resulta em mais acidentes no trânsito. Com isso, vale pontuar que essa ausência de suporte aos pedestres resulta em outro óbice na sociedade, que é justamente o desafio de inclusão social para os deficientes, pois, deficientes visuais, por exemplo, sofrem em suas locomoções pelas calçadas irregulares e pela ausência de semáforos auditivos. Por essa razão, é óbvio que os pedestres, principalmente os deficientes, possuem os seus diretos vedados em pleno século XXI.

Desse modo, portanto, medidas precisam ser tomadas para solucionar o impasse. É preciso que o Governo promova os direitos necessários para os pedestres e que tenha um olhar mais empático pelos deficientes, com a revitalização das calçadas e a inclusão de semáforos auditivos, para assim, melhorar o tráfego pedestre. Também, a prática de andar de bicicleta ou a pé, além de ser ecologicamente correto, diminuiria o fluxo de automóveis nas estradas e reduziria amplamente os acidentes de trânsito. E, só assim, o ufanismo de Policarpo sairá dos livros e vigorará equilibradamente na sociedade brasileira.